Candango pelo Reconhecimento da Obra de Léa Garcia

O Candango Especial do 54o Festival de Brasília do Cinema Brasileiro vai para uma brasileira cuja vida é exemplo de talento e resiliência. Nascida na Praça Mauá, no Rio de Janeiro, em 1933, esta atriz conquistou seu espaço em um momento da história marcado pelo preconceito e pela discriminação às mulheres pretas. Filha de Stela Lucas Garcia e José dos Santos Garcia, desde jovem, demonstrou o desejo de se envolver com o universo artístico.  No início queria cursar Letras, para se tornar escritora.

Seu destino mudou ao conhecer Abdias Nascimento. O dramaturgo e ativista incentivou-a a subir no palco pela primeira vez, na peça Rapsódia Negra, de 1952, do próprio Abdias, encenada pelo Teatro Experimental do Negro. A partir de então, a paixão pelas artes cênicas se impôs.

Trabalhando em teatro, TV e cinema, consolidou uma carreira de papéis marcantes e cercada de prêmios. Em 1957 foi indicada ao prêmio de melhor interpretação feminina do Festival de Cannes por seu desempenho em Orfeu Negro, de Marcel Camus.  No Festival de Gramado, recebeu dois Kikito  por As Filhas do Vento, de Joel Zito Araújo; e Acalanto, curta de Arturo Sabóia. Ao longo de uma carreira de 70 anos, tornou-se uma referência para jovens atores e admirada pela personalidade imposta em cada uma de suas atuações.

Por tudo isso, o 54o Festival de Brasília do Cinema Brasileiro tem a honra de entregar o Candango Especial pelo Reconhecimento da Obra à atriz Lea Garcia.

HOMENAGENS PÓSTUMAS

Textos por Ricardo Cota.

Os anos 2020 e 21 entraram para a história como um período marcado por perdas nos lares brasileiros, sobretudo devido à ação da pandemia do Covid-19.  Assim como a Covid, outras doenças interromperam milhares de vidas que fizeram história no mundo das artes e da cultura no Brasil.  No cinema não foi diferente.  O quinquagésimo quarto festival de Brasília presta homenagem a seis grandes brasileiros que marcaram seus nomes na história de Brasília e do cinema brasileiro:

Lucília Garcez

Professora aposentada do Instituto de Letras da UnB, Lucília Garcez deixou uma obra literária com mais de 20 obras entre livros infantis e até importantes publicações teóricas sobre escrita e leitura.

Lauro Montana

DJ, produtor, e cineasta, Lauro Montana foi um dos mais ativos participantes da cena cultural de Brasília, deixando um legado de criatividade, ousadia e inconformismo no underground da capital.

Luís Gustavo

A história da TV confunde-se com o nome de Luiz Gustavo, que desde os tempos da TV TUPI construiu uma galeria tipos inesquecíveis.  De Beto Rockefeller ao seu Vavá da série “Sai de Baixo”, foi um dos mais amados atores do cinema, da tevê e do teatro.

Tarcísio Meira

Outro nome definitivo da televisão brasileira, Tarcísio Meira construiu na tevê brasileira a imagem do galã nacional, em obras como “Irmãos Coragem”, “Cavalo de Aço” e “Selva de Pedra”.  No cinema, trabalhou com os mais diversos cineastas, como Carlos Coimbra, Miguel Farias, Anselmo Duarte e Walter Hugo Khoury.  Sua participação em “A Idade da Terra”, é considerada uma das mais emblemáticas do cinema brasileiro.

Paulo José

Vencedor de três Candangos como Melhor Ator no Festival de Brasília pelos filmes “Todas as Mulheres do Mundo”, “Edu, Coração de Ouro” e “O Rei da Noite”, Paulo José foi um dos mais importantes promotores da cultura brasileira.  Atuou, escreveu, dirigiu e produziu até o fim da vida.  Empregou energia, vitalidade, e sobretudo alma, ao que hoje é o cinema brasileiro.

Paulo Gustavo

Um dos mais populares atores do país, Paulo Gustavo deixou-nos de modo precoce aos 42 anos.  Sua morte tornou-se um símbolo da importância da urgência da vacinação contra a Covid-19.  Além de talentoso, o criador do personagem Dona Hermínia, foi um estimulador da produção cinematográfica brasileira, realizando filmes de grandes bilheterias que empregaram milhares de profissionais do audiovisual.

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